2ª StartNOW forma mais uma leva de jovens empreendedores

Enviado por Fernanda Martins em Dom, 20/11/2016 - 09:03

O empreendedorismo do jovem universitário foi posto à prova ontem, durante a realização da 2ª edição da oficina StarNOW, parte da programação da Feira do Empreendedor promovida pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Pará (Sebrae), no Hangar Centro de Convenções. Realizado numa parceria entre a Rede de Incubadoras e Tecnologias (Ritu) da Universidade do Estado do Pará (Uepa), e a Incubadora de Empresas de Base Tecnológica (PIEBT), da Universidade Federal do Pará (UFPA), o evento reuniu dezenas de jovens que puderam ter a experiência real de desenvolver uma ideia viável de negócio, sob a tutela de experientes profissionais do mercado.

Os universitários dedicaram todo o seu sábado à atividade, que incluiu palestras e o exercício da criação de uma ideia de negócio. Para a gerente da Ritu, Nair Sousa, o objetivo de introduzir ideias de negócios inovadores e aprimorá-las para a criação de startups na mente dos participantes foi alcançado. “As ideias apresentadas foram bem válidas, mostrando que as pessoas têm estão conectadas com a demanda atual. Os jovens demonstram estar muito mais maduros para o empreendedorismo, com a compreensão dos conceitos de gestão e do que precisa para ter um negócio de sucesso”, avaliou.

Os participantes se dividiram em 10 equipes e tiveram a tarde inteira para trabalhar suas ideias de negócios e buscar conselhos dos tutores. Os temas foram os mais variados, mas sempre demonstrando uma boa exploração das tecnologias atuais para levar serviços inovadores aos consumidores paraenses. Aplicativos que facilitam acesso à horários e rotas de ônibus municipais, até serviços personalizados de turismo foram propostos na oficina.

A estudante de pedagogia da Uepa, Brenda Moura, e sua equipe trabalharam o desenvolvimento do aplicativo F.E.R. Orgânico, que visa disponibilizar produtos orgânicos e frescos direto dos produtores para os consumidores, com entrega a domicílio. “Essa idia nasceu aqui mesmo, pois não nos conhecíamos antes. Juntamos vários pensamentos, unindo o conhecimento de cada um, já que somos de áreas diferentes, e desenvolvemos esse modelo de negócio que supre uma demanda bastante crescente nas cidades, que é o consumo de alimentos mais saudáveis”, disse.

Brenda já se considera um empreendedora. “Além de cursar Pedagogia, faço também Gestão Hospitalar, e tenho ideias que pretendo desenvolver quando me formar, voltadas para essa área. A oficina foi essencial para me mostrar que estou no caminho certo”, opinou. O ponto de vista de Brenda era compartilhado também pelos colegas de outras equipes. A estudante de Terapia ocupacional da UFPA, Diana Cyrus, juntos com outras oito colegas, desenvolveram a plataforma Sex4All, que busca disponibilizar manuais voltados para a prática sexual de pessoas com problemas de mobilidade.

“O sexo ainda é um assunto tabu na sociedade, quando se fala do sexo para quem tem mobilidade reduzida, isso aumenta ainda mais. Os poucos sites que abordam o assunto falam sempre em um tom de saúde e qualidade de vida, mas o sexo é parte da rotina de todo mundo e essas pessoas também têm direito a uma vida sexual normal”, descreveu. O banco de dados estaria aberto para ser alimentado pelos próprios usuários, que poderiam dar suas opiniões e contar experiências com as posições propostas pelas terapeutas.

Cada equipe teve cinco minutos para apresentar seu pitch – jargão usado no meio para as ideias de negócios. A banca avaliadora foi formada pelo coordenador do Núcleo de Inovação e Transferência de Tecnologia (Nitt), Antônio Batista; do coordenador do Nitt/UFPA, Gonçalo Enriquez; da secretária adjunta da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Técnica e Tecnológica (Sectet), Maria Amélia Enriquez; e do diretor de Comunicação e Marketing do Sebrae, Renato Cortez. Após votação realizada por eles, a equipe Luditech, que propôs o desenvolvimento de games de Realidade Virtual Imersiva para a reabilitação de pacientes com os mais diverso males, conquistou o primeiro lugar.

A equipe Sex4All ficou com o segundo lugar e a equipe Viv, que sugeriu a criação de uma plataforma online para divulgação do trabalho de profissionais de saúde obedecendo as diretrizes éticas de cada profissão, recebeu o troféu de terceira colocada. Batista elogiou as propostas. “As ideias são juito conectadas com a realidade, e trazendo o toque de regionalidade que é esperado para empresas locais. Essa turma está sabendo explorar bem as tecnologias. 60% das ideias que vi aqui hoje tem alta aplicabilidade, com grandes chances de sucesso”, disse.

Ele comentou ainda o papel da Uepa em fomentar esse tipo de iniciativa. “Incentivar o empreendimento é muito positivo para o mercado. Então, estamos aqui contribuindo para o surgimento de novos negócios, que trarão geração de empregos e, por consequência, o crescimento da economia paraense”, concluiu. Para Sousa, o StartNOW pode ser o passo final para a criação de um novo negócio. “Além da participação dos mentores, nós realizamos gincanas práticas para o participante entender a viabilidade e aceitação do público para aquela startup a ser criada. Nosso objetivo é que eles saiam daqui e levem a ideia para frente”, finalizou.

 

Texto: Fernanda Martins

Foto: Cláudio Santos