Projetos do Cuma incentivam o aprendizado da literatura amazônica

Enviado por Anônimo (não verificado) em Sex, 02/12/2016 - 07:13

Na Escola Estadual Santo Afonso, localizada na avenida Arthur Bernardes, estudantes do quinto ano foram incentivados a descobrir os encantos das literaturas amazônicas, a partir de filmes e pequenos vídeos sobre os mitos e culturas da Amazônia. Ao final das atividades em sala de aula, os estudantes escreveram sobre as lendas que mais mexeram com o imaginário deles.  

 

O incentivo à leitura de obras produzidas na Região Amazônica com auxílio de recursos audiovisuais fez parte do projeto de iniciação científica “Da Literatura Brasileira de Expressão Amazônica ao Audiovisual: um convite à leitura de obras produzidas no anfiteatro amazônico”, desenvolvido pelas acadêmicas do curso de Licenciatura em Língua Portuguesa da Universidade do Estado do Pará(Uepa) e integrantes do Grupo de Pesquisa Culturas e Memórias Amazônicas (Cuma), Evelim Mendes, 21 anos, e Jayna Karolyne de Souza Santos, 22 anos.

 

Elas compartilharam a experiência e os resultados do projeto na tarde de ontem, 1 de dezembro, durante uma das mesas redondas do XI Seminário Anual do Cuma, realizado na Sala de Recitais do Centro de Ciências Sociais e Educação (CCSE). Com o projeto, Evelim e Jayna identificaram que as escolas pouco ensinam sobre as literaturas da Amazônia. “ Os professores estão mais preocupados em ensinar gramática. Então vai do professor ter esse interesse em ensinar além disso”, diz Evelim.

 

“Olhares, Olhares... e Outros Rostos Familiares” foi outro projeto apresentado ontem, pelo acadêmico de Licenciatura em Língua Portuguesa e integrante do Cuma, Isaac Alexandre Magalhães. O projeto envolve fotografia. Isaac conta que após ganhar de presente uma câmera digital, saiu a fazer retratos aleatórios de pessoas em Ananindeua, Belém, Brasília e Goiânia. Ao parar para olhar em detalhes as imagens, viu no olhar dos indivíduos, memórias que lhe lembravam a infância.

 

“Comecei a tirar retratos a esmo. Percebi uma coisa que unia todas as fotos. Eram os olhares. Pensei em como isso pode trazer boas lembranças para as pessoas. Percebi que as fotografias nos trazem memórias”, conta ele.

 

O palestrante convidado para a conferência de abertura foi o professor associado da Universidade Federal do Pará (UFPA), Fábio de Castro. Ele abordou a “ Memória e Experiência Social na Amazônia”. Professor Fábio levantou questões como o que poder ser conceituado como memória em uma sociedade com internet? Ou de que forma a internet transforma o que compreendemos como memória? Ele ainda questionou o que é memória em uma sociedade periférica e altamente colonizada. A discussão baseava-se em referenciais teóricos conceituados e rendeu perguntas da plateia.

 

O primeiro dia de programação contou com mesas redondas em que foram apresentados outros projetos desenvolvidos pelo Cuma em 2016, como o “Lamparina Acesa: Literatura Acessível”; “Amazônia na Tela”; “ O Cinema vai à Escola Vera Simplício: Uma Análise da Recepção entre Alunos do Ensino Fundamental”; “ Percurso da Literatura nas Águas Barrentas da Educação”; e “ Da Memória Escrita a História das Brincadeiras, das Festas Culturais e da Passagem de Olinda em Narrativas Orais de Idosos”. No encerramento houve ainda a performance do grupo de poetas Griot.

 

Hoje, o Seminário continua com mais mesas redondas de apresentação de projetos em andamento ou concluídos em 2016 pelo Cuma. A entrada é franca e aberta ao público.

 

Confira aqui os detalhes do segundo dia de programação.  Mais fotos em https://www.flickr.com/photos/biuepa/albums/72157677313178075

 

 

Texto: Renata Paes
Fotos: Nailana Thiely