Relacionamento humano é foco de palestra no CCSE

Enviado por Fernanda Martins em Sáb, 03/12/2016 - 08:25

As grandes denominações religiosas vem perdendo espaço gradativamente. Desilusões tanto políticas quanto religiosas pavimentam o caminho para aqueles que buscam alternativas para sua espiritualidade. Atento a esse movimento, o grupo de pesquisa Neoesoterismo e Religiões Alternativas (NERA), ligado aos cursos de Licenciatura e Mestrado em Ciências da Religião, da Universidade do Estado do Pará (Uepa) promoveu essa semana o evento intitulado "Espiritualidades Alternativas em Debate", visando dar espaço e ampliar o diálogo acerca destas crescentes filosofias de vida.

A programação encerrou na noite de ontem, com a palestra “Por que sofremos nas relações?”, com Gustavo Gitti, do Centro de Estudos Budistas Bodisatva de São Paulo. Ele confirma o aumento na busca pelas práticas budistas, mas ressalta que o Budismo em si não é uma religião. “O Budismo não se categoriza. Ele inclui filosofia, ciência e também religião. Não há necessidade de conversão ou doutrinas a serem seguidas", explicou Gitti. Para ele, o número de brasileiros que seguem a filosofia budista é ainda maior, pois nem todos os praticantes se declaram como budistas, por ainda cultivarem conexões com suas denominações religiosas de origem.

E talvez a abordagem não dogmática seja uma das causas de seu crescimento. “Não estamos buscando adeptos e sim ajudando pessoas. Não há exigências. O principal objetivo e fazer com que as pessoas ampliem a interação com suas próprias mentes, que pratiquem a compaixão para além do contexto religioso. Quando os outros percebem que você tem uma estabilidade, mesmo em um período conturbado como o que estamos vivendo agora, isso provoca um interesse”, avaliou. 

 

Texto: Fernanda Martins

Foto: Nailana Thiely