Já está disponível na página de acompanhamento do Processo Seletivo de Licenciatura Intercultural Indígena 2017, o resultado final da seleção que abriu 80 vagas para o povo Munduruku do Alto Tapajós. O processo contabilizou 247 inscritos. A primeira etapa consistiu numa Redação de temática indígena, em que 203 candidatos realizaram a prova. A segunda etapa foi de entrevista com 201 candidatos. Das 80 vagas ofertadas, 40 foram destinadas a professores indígenas e 40 a indígenas egressos do Ensino Médio. As matrículas ocorrerão nos dias 23 e 24 de janeiro de 2017. As aulas se iniciam em 25 de janeiro.
É a primeira vez que a Uepa oferta o curso para a etnia Munduruku do Alto Tapajós. A formação, com carga horária total de 4 mil horas, ocorrerá na Aldeia Sai Cinza, no município de Jacareacanga, localizado na fronteira do Pará com Mato Grosso. “Nos surpreendemos com o número de inscritos. No início íamos ofertar só 40 vagas, mas quando chegamos na visita técnica com eles, nos informaram que teria uma demanda de 200 a 300 candidatos. Levamos a proposta ao Consun(Conselho Superior) para aprovação de mais uma turma”, destaca a coordenadora do Núcleo de Educação Indígena, Joelma Alencar.
Desde 2012, a Uepa oferta o curso de Licenciatura Intercultural Indígena. Atualmente, possui três turmas do Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (Parfor) no território étnico-educacional Tapajós Arapiuns, Wai-Wai, e Kaiapó. O curso também conta com turmas das etnias Tapajós Arapiuns, Tembé Gurupi, e Asuriní do Trocará.
Este ano, no Dia do Índio, 19 de abril, a Uepa realizou a Outorga de Grau da primeira turma de Licenciatura Intercultural Indígena, com 72 índios das etnias Tembé, Gavião e Surui Aikewara. A proposta é que o curso alcance mais etnias espalhadas pelo território paraense. De acordo com a professora Joelma, outros povos já manifestaram interesse na formação acadêmica e as demandas se encontram em estudo pela coordenação do curso.
Texto: Renata Paes
Foto: Nailana Thiely
Foto: Nailana Thiely