O projeto Lamparina Acesa – Literatura Acessível, do Núcleo de Pesquisa Culturas e Memórias Amazônicas (Cuma) da Universidade do Estado do Pará (Uepa) começa amanhã uma oficina de Iniciação à Áudio-descrição, técnica que busca dar às pessoas com deficiência visual uma maior compreensão de diversos conteúdos de imagem. A iniciativa visa formar pessoas capazes de levar o serviço de áudio-descrição ao seu público-alvo e com isso ampliar a acessibilidade para pessoas cegas. O treinamento é aberto para todos os interessados e as inscrições são gratuitas. As aulas serão realizadas na sala do Cuma, no Centro de Ciências Sociais e Educação (CCSE), situado na travessa Djalma Dutra, s/n, bairro do Telégrafo.
Em um mundo onde a comunicação visual tem um forte apelo, os as pessoas cegas acabam excluídas do processo. Para tentar abrir o universo da Literatura Amazônica para aqueles com qualquer deficiência visual, o projeto Lamparina Acessa busca formar pessoas que atuem na “tradução” deste conteúdo da palavra escrita para o livro falado. Incluída neste sistema está a áudio-descrição, que se encarrega de descrever com detalhes as imagens – estáticas ou em movimento – e desta forma, possibilitar às pessoas com baixa ou nenhuma visão vislumbrar o conteúdo de forma mais satisfatória.
Mestra em Educação pela Uepa, a pesquisadora do Cuma e especialista em Educação Inclusiva e em Atendimento Educacional Especializado, a professora Mônica Carvalho é uma das consultoras em áudio-descrição responsáveis pela oficina. Deficiente visual, Mônica ressalta o quanto a áudio-descrição pode ser impactante para seu interlocutor. “Lembro que estávamos com algumas imagens desenvolvendo a técnica da áudio-descrição. A imagem era de uma mulher saindo das águas, a pessoa me disse que ela tinha um adorno na cabeça e eu pedi mais detalhes sobre o adorno. Era algo feito de conchas que vinha do topo da cabeça até o colo e eu me vi emocionada imaginando o quanto aquela imagem era linda”, relembra.
A oficina terá carga horária de 21h, com aulas todas as terças e quintas-feiras, das 18h às 21h, iniciando amanhã e concluindo no dia 25 de maio. São 25 vagas disponíveis para os primeiros a concluírem a inscrição, que deve ser feita enviando nome, endereço eletrônico, telefone, instituição a qual está vinculado e sua forma de atuação para o email nucleocuma@gmail.com. O projeto receberá também inscrições feitas de forma presencial, antes do início da oficina, caso haja vagas.
Também atua como instrutora do treinamento a mestre em Educação pela Uepa, especialista em Educação Especial e Inclusiva, com ênfase em Deficiência Visual e professora do Centro de Referência em Inclusão Educacional Gabriel Lima Mendes (CRIE/SEMEC), professora Joana Martins, que é integrante do grupo Ayvu Rapyta de contadores de histórias, desde 2008. O especialista em Atendimento Educacional Especializado, membro do Cuma e professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará, Clóvis Martins, completa o quadro da oficina.
Subprojeto do Programa Cartografias Poéticas da Amazônia, do Cuma, o Lamparina Acesa - Literatura Acessível pretende disponibilizar obras da Literatura Amazônica, na forma de livro falado e outras tecnologias possíveis, de maneira a permitir o acesso ao poético produzido na nossa região às pessoas com deficiência visual. O projeto iniciou em 2015, e segue com as ações para o primeiro semestre de 2017, com vistas a sensibilizar profissionais de educação à instrumentalização para o trabalho com esse público.
PROGRAMAÇÃO:
Oficina de Iniciação à Áudio-Descrição (21h)
Dias: 04, 09, 11, 16, 18, 23, 25/ 05 (3ª e 5ª)
Horário - 18h às 21h
25 vagas
Local da realização: Sala do CUMA
Responsável: Clóvis Martins, Joana Martins e Mônica Carvalho
Oficina de Audacity (20h)
Dias: 03, 10, 17, 24 e 31/ 05 (4ª)
Horário: 08h às 12h
20 vagas
Local da realização: Sala do CUMA
Responsável: Clóvis Martins
Oficina do Livro Falado (21h)
Dias: 01, 06, 08, 13, 20, 22, 27/ 06 (3ª e 5ª)
Horário - 18h às 21h
25 vagas
Local da realização: Sala do CUMA
Responsáveis: Clóvis Martins, Joana Martins e Mônica Carvalho
Produção de livros falados (12h) (maio/junho)
Carga Horária total: 80 horas
Público: integrantes do CUMA, alunos, professores e comunidade acadêmica em geral.