Dia do Brincar encerra com roda e risadas

Enviado por Fernanda Martins em Qui, 25/05/2017 - 13:33

Ciranda, cirandinha/Vamos todos cirandar/Vamos dar a meia volta/ Volta e meia vamos dar”. As lembranças associadas a este refrão costumam ser felizes. Tempo de brincadeira, tempo sem responsabilidades. Para celebrar o Dia Mundial do Brincar, comemorado no próximo dia 28 de maio, a Brinquedoteca Joana D’arc, da Universidade do Estado do Pará (Uepa), e a Biblioteca Pública Arthur Vianna encerraram na manhã de hoje, 25,  uma programação que lançou a proposta de retorno às brincadeiras, necessárias ao bom desenvolvimento de todo ser humano.

O anfiteatro Coliseu das Artes do Espaço São José Liberto foi o palco de uma manhã alegre que reuniu crianças de escolas públicas e brinquedistas para, a partir de muitas brincadeiras, promover uma reflexão sobre o direito de brincar e seus significados para o desenvolvimento infantil. “Brincar é integral. É parte da essência do ser humano. Ao contrário do que se pensa, não é coisa de criança, é parte do processo de interação humana. Todo mundo brinca”, observou a coordenadora da Brinquedoteca Joana D’arc, Ana Cristina Guimarães.

As cobranças sociais atingem as crianças com menos intensidade. Desta forma, as brincadeiras – seja de roda, de pira ou mesmo jogos de tabuleiro – são esperadas e até incentivadas. “Quando chegamos à adolescência, assumimos uma postura mais séria, que é o que pede o mercado. Não é que o adulto não goste de brincar, é a sociedade que nos molda assim. A criança tem o principio da liberdade, para o adulto é diferente”, explicou.

Além disso, o distanciamento das crianças do ato de brincar fisicamente com outras crianças pode resultar em um adulto doente. “A interação somente com jogos e aparelhos eletrônicos pode levar ao isolamento. Essa ausência de interação se manifesta através de uma falta de empatia, por exemplo. Ou uma dificuldade em superar conflitos e a competitividade excessiva”, resumiu Guimarães. Para ela, essa tendência de crianças conectadas a tablets e celulares é reversível. "A criança que tem a opção de brincar de verdade com outras crianças, prefere brincar. Nós precisamos disponilibilizar isso", conclui.

O evento é realizado desde 2003 e é um movimento de todas as brinquedotecas em defesa ao direito da criança – e dos adultos - de brincar. “O Setor Público também tem obrigação de garantir o direito de brincar. Aparelhar as escolas com espaços e equipamentos que incentivem essa atividade, inclusive abrindo estes espaços para a comunidade do entorno, sem esquecer da manutenção necessária para que o serviço seja contínuo”, cobrou a coordenadora.

Aluna do quinto semestre de Educação Física, Laura Carvalho, de 19 anos, participou pela primeira vez da atividade com as crianças e ficou maravilhada. “Isso é muito interessante. As brincadeiras como estas, de roda, não envolvem custos e com movimentos simples levam tanta alegria para as crianças. É incrível ver a reação deles”, contou a jovem, que pretende explorar melhor o campo das brincadeiras como atividade física para os pequenos.

A Brinquedoteca Joana D’arc fica no Campus III/Educação Física da Uepa e desenvolve atividades para promover o brincar durante o ano inteiro. O programa Brinquedoteca Itinerante atende solicitações de escolas tanto para receber quanto para ir até os alunos. E os idosos também tem vez no espaço, dentro do Circuito Lúdico, que ocorre todas as manhãs de terças e quintas-feiras, a partir das 8h30, e oferece aos integrantes da terceira idade jogos, brincadeiras e atividades corporais. Já no programa Brinquedo Amigo, há o empréstimo de brinquedos para crianças previamente cadastradas por um período de tempo pré-determinado.

 

Texto: Fernanda Martins

Fotos: Nailana Thiely