O Núcleo de Formação Indígena (Nufi) da Universidade do Estado do Pará (Uepa) implantou oficialmente hoje o seu Comitê de Ética Permanente (CEP), que terá como missão avaliar os projetos de pesquisa que incluem aos povos indígenas e garantir respeito à cultura e benefícios aos pesquisados. Os membros aguardam agora o reconhecimento do Comitê pelo Conselho Nacional de Ética em Pesquisa (Conep).
Alguns membros da CEP do NEI se reuniram na manhã de hoje, 27, na sala do Conselho Universitário da Uepa, para regulamentar e definir a instalação do conselho. A membro titular do CEP da Uepa, Hellen Rêgo, participou da reunião para uma troca de experiências com os presentes. “Implantar um CEP é pensar em resguardar os participantes de uma pesquisa. A Região Norte possui poucos CEPs registrados, e isso é ruim tanto para a expansão da pós-graduação na região, quanto na preservação das populações que são alvo de projetos de pesquisa”, explicou.
O grande número de projetos submetidos no Nufi, seja por professores ou por alunos indígenas, levou o núcleo a esta iniciativa. “Temos muitas pesquisas em desenvolvimento, essa demanda naturalmente nos levou a uma necessidade de termos um comitê para a proteção dos povos indígenas”, contou a coordenadora do Nufi, Joelma Alencar.
Encabeça o CEP do Nufi a professora Ana Lídia Nauar, que encara a experiência com grande expectativa. “Os CEP, de forma geral, têm a característica de proteção das comunidades, do sigilo de dados, além da garantia de benefícios aos participantes de pesquisas e alerta sobre os riscos, pois qualquer projeto oferece algum tipo de risco”, ressaltou. A avaliação positiva de um CEP é requisito obrigatório de quase todas as revistas com Qualis para a publicação de pesquisas e artigos.
Texto: Fernanda Martins
Fotos: Diane Maués