Plano Diretor de Marapanim terá contribuições de pesquisa

Enviado por Dayane Baía em Qua, 13/12/2017 - 18:48

Cerca de 150 pessoas estiveram reunidas no Seminário e Audiência Pública do Plano Diretor Participativo de Marapanim, hoje, 13 de dezembro, na Câmara de Vereadores do município. Autoridades, associações de moradores, agricultores, pescadores e catadores de caranguejo iniciaram as discussões para reformular o documento que orientará o funcionamento do espaço urbano e rural da localidade. A Universidade do Estado do Pará (Uepa) teve participação no evento, com a apresentação do trabalho desenvolvido pelo mestre Raynon Alves, egresso do Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais (PPGCA), e da co-orientadora Ana Lúcia Gutjahr.

Os pesquisadores foram convidados a participar dessa e das próximas audiências públicas do Plano Diretor pela contribuição da dissertação de Raynon para solucionar problemas da cidade. O trabalho, defendido em 2016, consistiu em um diagnóstico socioeconômico, ambiental e de desenvolvimento sustentável em comunidades rurais do município. 

Raynon é natural do município e desde o início da vida acadêmica já vinha pensando em pesquisas que pudessem auxiliar a cidade onde nasceu. Com a graduação em Ciências Naturais - Biologia e o mestrado na área ambiental, ambos cursados na Uepa, ele buscou compreender como a comunidade agro-extrativista da região pode adotar práticas para a preservação da biodiversidade, sem impactar em prejuízos para o autosustento das pessoas. “Eu sempre enxerguei a necessidade de dar retorno do conhecimento adquirido para melhorar a qualidade de vida da população de Marapanim. As pesquisas auxiliam a gerar subsídios, ações e políticas públicas para serem desenvolvidas na cidade”, explicou. A dissertação de Raynon pode ser acessada na íntegra aqui.

A investigação gerou muitas informações sobre as condições gerais de vida da população. Foram identificados cinco problemas principais nas comunidades de Guarajubal, Porto Alegre e Cipoteua de Marapanim. A Prefeitura de Marapanim recebeu um produto resultante da pesquisa em formato de cartilha, para ser distribuída entre os moradores, que além de apresentar os gargalos, já propõe soluções que podem ser aplicadas por eles. O descarte inadequado de resíduos é uma das situações que pode ser substituída pela realização de coleta seletiva, reciclagem e reutilização de materiais. Outras questões apontadas se referem ao assoreamento dos igarapés, fundamentais para a atividade de pesca e da cata do caranguejo. Ele também destacou a presença de queimadas; desmatamento; e baixa produtividade natural, ou seja, poucos peixes e caranguejos disponíveis, além do solo infértil de algumas áreas. Todos esses impactos podem prejudicar, além do ecossistema, a própria sobrevivência econômica das comunidades.

Durante a abertura do evento, Ana Lúcia Gutjarh enfatizou a importância da pós-graduação em Ciências Ambientais para o estudo de problemas que atingem a população amazônica. “Pensar em um produto resultante da pesquisa foi bom para que as informações cheguem às pessoas afetadas direta e indiretamente. Apesar de não termos verba para garantir a impressão das cartilhas, as articulações são uma forma de viabilizá-las. Ficamos felizes com o convite da Prefeitura para esse momento e queremos continuar contribuindo com as demandas da sociedade”, destacou.

Texto: Dayane Baía

Fotos: Ana Lúcia Gutjahr