Uepa promove debates sobre o Dia da Consciência Negra

Enviado por Letícia Aleixo em Qua, 20/11/2019 - 09:14


Vinte de novembro é o dia da Consciência Negra no Brasil. Instituído pela Lei nº 12.519/2011, remete à data da morte de Zumbi, o grande líder do Quilombo dos Palmares, assassinado em 1695. Devido à luta dos negros pela igualdade de direitos e à necessidade de debater e ocupar espaços, a Universidade do Estado do Pará (Uepa) realizará programações em alusão a essa data. 

O 1º Seminário Viva Palmares, promovido pelo Núcleo de Estudos Afro-brasileiros (Neab) da Instituição, ocorrerá nesta quarta (20), na Sala de Videoconferência do Centro de Ciências Sociais e Educação (CCSE), localizado na travessa Djalma Dutra, s/n, bairro do Telégrafo, com início às 14h. A programação será aberta ao público geral.

As inscrições são gratuitas e deverão ser feitas no local do evento. Haverá emissão de certificado com 10 horas de carga horária. O objetivo é discutir temas importantes envolvendo a negritude no país. Haverá palestras sobre políticas antidrogas e encarceramento, saúde mental, e cotas. Além de uma programação cultural para exaltar a cultura negra. 

O tema é “Povos Negros na contemporaneidade brasileira: desafios de (r)existirem um Estado que legitima violências”. Palmares era um dos quilombos que existiu no Brasil. Nesses locais as pessoas negras cultivavam um espaço de resistência para além da senzala. 

Recentemente foi publicada uma notícia de que, pela primeira vez, a população que se declara de cor preta ou parda passou a representar 50,3% dos estudantes de ensino superior da rede pública. O professor da Uepa e coordenador do Neab, Aiala Colares, comentou sobre esse fato. “Se for considerar os últimos dados que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)  trouxe já é um grande avanço, embora nós saibamos que ainda há muitos obstáculos a serem enfrentados, portanto torna-se importante estarmos tratando desses temas nas Universidades”, explicou o professor. 

Arielly Jorge é uma das organizadoras do evento e explica a importância dele. “É fundamental falar disso, a Amazônia e nordeste são locais onde a negritude se fortaleceu. Enquanto juventude, nós compreendemos a responsabilidade de fazer valer tudo o que nossos ancestrais fizeram”, disse Arielly. 

O Neab é um Núcleo de Pesquisa e aquilombamento, no qual os participantes têm a oportunidade de visitar alguns quilombos, além de pesquisar muitos autores que falam sobre essa questão da negritude no mundo. 

Cine Debate - Os estudantes de Medicina da Uepa, que participam da organização IFMSA, traduzido do inglês Federação Internacional de Associações de Estudantes de Medicina, realizarão um Cine Debate também nesta quarta-feira, dia 20 de novembro, para discutir acerca de saúde, direitos, violência e representatividade relacionados à população negra.

O evento começa às 17h e será no Campus II da Universidade, localizado na travessa Perebebuí, nº 2623, bairro do Marco. Será apresentado o documentário “Cidade de Deus 10 anos depois”. Além disso, profissionais da área da saúde estarão presentes para debater sobre o assunto. As inscrições são gratuitas e devem ser feitas por formulário eletrônico. Clique aqui para fazer sua inscrição. O evento terá emissão de certificado com carga horária de 4 horas. 

“A importância é focar nos negros como seres integrais e dotados de voz ativa e capacidade de resistência em uma sociedade cada vez mais excludente”, ressaltou um dos organizadores do evento, Geraldo Mendes. 

Juventude - Já no dia 22 de novembro, o Núcleo de Assistência Estudantil (NAE) da Uepa realizará a Roda de Conversa “Juventude Negra: realidade social, culturas e lutas”. O evento começará às 15h, no auditório da Reitoria da Universidade, localizado na rua do Una, nº 156, bairro do Telégrafo. 

As inscrições são gratuitas e devem ser feitas no local. O evento é aberto ao público e será entregue certificado de 4 horas. O objetivo é promover o desempenho, desenvolvimento e formação humana de estudantes e de toda a comunidade acadêmica, ao debater sobre a realidade da juventude negra no Brasil e as formas de resistência, em especial as lutas locais. 

“A ideia é refletir sobre  o preconceito racial, mostrar a realidade preocupante como o fato da maior parte das pessoas presas no país são negras, além dos dados que comprovam que a mulher negra é a que mais morre. Vivemos em um Brasil que pensa que o racismo não existe mais, é uma violência velada”, disse o coordenador do NAE, Afonso Delgado. 

Também na sexta (22), o Campus de Salvaterra irá promover o II Encontro Educacional Étnico Racial. O intuito de discutir e compreender os aspectos sociais, culturais e religiosos que os afrodescendentes implantaram na sociedade brasileira, sobretudo da região do Marajó. O evento é aberto ao público, sem taxa de inscrição. Clique aqui e saiba mais.

Texto: Letícia Aleixo

Foto: Nailana Thiely