Abordando temáticas como empoderamento, educação especial e no cárcere, o II Seminário de Educação e Diversidade na Pauta da Sociedade ocorreu de 8h às 20h do dia 10 de dezembro no Auditório Paulo Freire. Esta segunda edição do seminário trabalhou a temática Educação como um Direito Humano para os Diferentes Contextos. Durante o evento houve mesas, palestras e oficinas. As inscrições estiveram abertas desde o dia 15 de outubro e seguiram até o final do Seminário; a creditação de horas será feita mediante análise das listas de participação.
Pela tarde, a professora Joana D’arc Soares Vieira falou na quebra de paradigmas e visões arcaicas. Além disso, em sua fala abordou a subjugação da mulher dentro de uma sociedade machista, realidade paraense, papel das instituições sociais (igreja e escola principalmente), aplicação dos pensamentos de Bakhtin sobre ideologia e compreensão dos papéis sociais.
Para Joana Vieira, a informação é um passo, mas não é o suficiente. Pois, muitas mulheres têm conhecimento dos conceitos, mas acabam não agindo. “O primeiro passo é se reconhecer enquanto mulher e saber que existem essas forças sociais que atuam contra o seu empoderamento; o segundo ponto é lutar contra, porque não adianta você apenas informar. Eu costumo dizer que a informação não gera mudanças se ela não tiver reflexões e ações. Muitas mulheres sofrem a violência; e não estamos falando só de agressão física mas também moral e psicológica”, falou.
E pontuou: “Para a quebra de estigmas e livramento de todo esse paradigma que nos torna mulher e subjugadas a essa sociedade machista, com certeza, é (fundamental) o empoderamento educacional: entrar numa universidade, estar bem informada e ganhar independência financeira. Não seria a solução, mas seria um grande passo para que possamos agir contra tudo isso e nos posicionarmos”.
A professora Joana D'Arc anunciou também que lançará um livro com relatos de diversas mulheres que sofreram abusos e aceitaram expor suas dores para ajudar na conscientização e reflexão das situações desumanas que muitas mulheres passam, mas que são "normalizadas". A previsão de lançamento do livro, que será disponibilizado online pelo site da Amazon, é para o mês fevereiro.
O Seminário foi realizado no dia de comemoração da Declaração Universal dos Direitos Humanos e discutiu a educação como direito fundamental e estratégia para a inclusão social. E buscou proporcionar, por meio de diversos ambientes, aprendizado, reflexões e possibilidades de repensar o ensino para a diversidade priorizando o respeito entre todos.
“O enfoque dado foi para (conceber) a educação como um direito humano em diferentes contextos. Os alunos do quarto semestre, que são os organizadores efetivos deste evento — é claro, com o nosso apoio, orientação e supervisão — buscaram enfatizar nessa data de hoje, dia em que se comemora o dia internacional dos direitos humanos, tratar essa questão que hoje está muito em voga: os direitos retirados por políticas públicas do governo federal”, disse a professora Ceila Moraes, coordenadora do curso de Licenciatura Plena em Pedagogia.
Após a palestra da tarde, os ouvintes foram encaminhados para as oficinas Contação de histórias como recurso lúdico e didático-pedagógico e Relato de Experiências: Proposta para a produção de materiais educativos. As palestras que ocorreram durante o dia foram: Direitos Humanos e educação no cárcere: possibilidades e desafios; Educação Especial: propostas facilitadoras para alcançar a inclusão; Empoderamento: desafios e conquistas presentes na atuação feminina; e LGBTQI+: Diversidade e resistência que permeiam os espaços acadêmicos.
Texto: Wesley Lima/ Ascom CCSE.
Foto: Marcello Sarmento/ Ascom Uepa.