A Universidade do Estado do Pará (Uepa), por meio da Pró-reitoria de Extensão (Proex) e Centro Acadêmico de Filosofia (Cafil) do Centro de Ciências Sociais e Educação (CCSE), realizou no dia 4 de março, em celebração ao Dia Internacional da Mulher, o I Simpósio Mulheres em Transgressão: Um Diálogo sobre a Banalidade da Violência Sexista e a Subversão Feminina. O evento, que se deu no Auditório da Reitoria da Uepa, foi gratuito, aberto ao público interno e externo, com credenciamento no local.
A programação do dia 4 de março esteve composta por duas conferências: As múltiplas faces do sexismo estrutural: uma análise dos mecanismos de precarização do Estado e sociedade sob a mulher, de 8h às 12. E, de 13h30 às 16h, O Agir subversivo, a revolução do ato de existir, reagir e ocupar espaços: uma roda de conversa sobre os caminhos para transgredir a opressão.
Na mesa da manhã, foram elucidados pontos sobre a história da concretização do patriarcado, exposição de pesquisa de campo relacionada ao viver das profissionais do sexo — explicando o processo de fragilização e invisibilização das mulheres que atuam nesta área —, finalizando com a interseccionalidade feminista e quebra de paradigmas colonialistas.
E, durante o segundo momento do Simpósio, para dar continuidade e aprofundamento ao assunto, pela tarde, a mesa iniciou com o assunto de novos conhecimentos decolonialistas, femininos, negros e conscientização das mulheres latino-americanas em nível mundial. E prosseguiu com a ideias de enfrentamento da realidade estabelecida, reversão do quadro e ocupação dos espaços políticos.
Para Luíza Oliveira, do Cafil, é necessário "que elas (as mulheres) entendam quais são os espaços que ocupam e quais são as ferramentas dentro daqueles espaços. Porque não há uma opressão que seja maior que a outra, mas são diferentes. E, somente compreendendo isso, você pode reagir à elas". Por este motivo, a preocupação inicial era que a discussão não ficasse restrita à área acadêmica, mas sim acessível a mulheres de diversas posições e posicionamentos. "A nossa preocupação inicial foi trazer essas mulheres até aqui para que elas pudessem dialogar conosco e não ser um discurso fechado", elucidou a estudante.
Um dos questionamentos suscitados pelas idealizadoras do Simpósio foi “Quem inventou o feminino?”. Isto porque, segundo elas, é necessário entender o que move o conceito da feminilidade e tudo que historicamente rodeia as vivências das mulheres. De acordo com os organizadores do evento, feminino é “um termo criado justamente por uma cultura patriarcal para definir o ser mulher no meio social” e, desse modo, limitá-lo a uma posição de objetificação e não detentor de capacidade.
O evento buscou refletir sobre a mulher e todos os seus enfrentamentos em uma sociedade na qual está presente um sexismo estrutural e estruturante. E, além disso, apontar e debater quais formas e/ou ferramentas o Estado e a sociedade usam para deslegitimar a ação feminina e como a mulher conquista espaços e enfrenta cotidianamente os desafios que lhes são impostos proveniente da opressão histórica.
Serviço:
I Simpósio Mulheres em Transgressão: Um Diálogo sobre a Banalidade da Violência Sexista e a Subversão Feminina.
Local: Auditório da Reitoria da Uepa. Rua do Úna, n° 156.
Data: 04 de março de 2020.
Horário: 8h às 16h.
Custo: Gratuito.
Carga Horária: 5h, pela manhã e tarde, totalizando 10h.
Mais informações: filosofiauepa@gmail.com
Programação:
I Conferência:
As múltiplas faces do sexismo estrutural: uma análise dos mecanismos de precarização do Estado e sociedade sob a mulher.
Palestrantes: Drª. Ana Linhares, Drª. Adriane Lima, Drª. Carla Noura, Drª. Lana Macedo e Eloísa Camarão.
Credenciamento: 8h.
Horário: 8h30 às 12h.
II Conferência
O Agir subversivo, a revolução do ato de existir, reagir e ocupar espaços: uma roda de conversa sobre os caminhos para transgredir a opressão.
Palestrantes: Mª. Lívia Noronha, Mª. Gizelle Freitas, Mª. Camille Castelo e Rapper Nic Dias.
Credenciamento: 13h
Horário: 13h30 às 16h
Texto: Wesley Lima/ Ascom CCSE.
Foto: Ascom CCSE e Acervo Cafil.