O Seminário Estadual Educação de Surdos, Memória e Reconhecimento de 19 Anos da Libras, proposto pelos cursos de Licenciatura Plena em Letras Libras e Licenciatura Plena em Pedagogia Bilingue, do Centro de Ciências Sociais e Educação (CCSE), ocorrerá, via YouTube, hoje, 27, e amanhã e contará com a participação de diversos especialistas para explanar sobre o percurso e evolução na educação de pessoas surdas. A oferta de carga horária é de 6h e as inscrições são gratuitas e devem ser feitas por aqui.
Com dois dias de programação, o evento abordará de maneira ampla e diversa a vivência dentro do campo de educação de pessoas surdas tratando desde questões mais básicas do território escolar até as mais complexas, atravessando experiências de docentes e discentes.
Além disso, não se deixará de trabalhar a questão da acessibilidade na pandemia de COVID-19 e mesmo questões conceituais ou que estejam atreladas ao ambiente digital. A exemplo desses dois últimos tópicos, têm-se respectivamente a participação da professora e Liliane Ferrari Giordani, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), e Waléria Batista da Silva Vaz Mendes, do Instituto Federal de Goiás (IFG).
A palestra da professora Liliane Ferrari Giordani abordará a importância de enxergar a escola como um “território das diferenças”. Para ela, o educador deve entender que, quando se fala de ambiente escolar, é um espaço formado por pessoas, no qual existem vários saberes e identidades, que devem ser respeitados; e não apenas um prédio. “Quando pensamos no território da escola, estamos pensando neste universo composto por diferenças, onde não há uma melhor ou pior condição, que deva ser subjugada a uma normalização. E, sim, o convívio das diferenças que potencializam as relações”, esclarece.
A professora Waléria Mendes, que palestrará sobre o Projeto da Luva Transceptora e pontua que esta luva adaptada atua como um facilitador de diálogo direto entre surdos e ouvintes, mesmo com pessoas que não têm familiaridade com a língua de sinais.
Mendes explica que esta tecnologia, fruto de parceria do Instituto Federal de Goiás com várias instituições como o Instituto Politécnico do Porto (IPP), funciona com a identificação e tradução dos sinais da Libras. “Os sinais realizados com o uso da luva são transferidos, por meio de um programa, para a tela do computador, aparecendo a palavra ou expressão correspondente ao sinal na forma escrita tanto em português quanto em inglês. A iniciativa também pode ser adaptada para outros idiomas”, pormenoriza.
Para Ozivan Perdigão Santos, professor e coordenador adjunto do curso de Licenciatura Plena em Letras/Libras, há ainda muito a ser aprendido sobre a língua visual gestual e sobre como aplicar esses conhecimentos nos planos e organização das aulas que devem ser ministrados todos os conteúdos em Libras. “É necessário ter sensibilidade e percepção acerca dos Estudos Surdos e dos estudos linguísticos da Libras, campos vastos de conhecimento. Espero que a Língua de Sinais para que se ganhe mais respeito e mais protagonismos no que tange as realidades do Estado do Pará”, analisa.
Acerca da evolução ocorrida, nesses 19 anos, na aplicação de práticas e métodos no ensino de pessoas surdas, a Professora Maria Joaquina Nogueira, coordenadora de Licenciatura Plena em e Pedagogia Bilingue, entende que há pontos que ainda não foram deliberados e precisam ser superados. “Percebe- se um avanço na Educação Superior, embora vale ressaltar que ainda são muitas as barreiras na acessibilidade desse segmento, como O ingresso das pessoas Surdas na Educação Superior; A inclusão da Libras como disciplina curricular nas Universidades; O Reconhecimento do Profissional Tradutor e Intérprete de Libras/Português por meio da legislação; A inclusão do professor com surdez nas Universidades; Oferta de Cursos de Graduação Letras Libras e de Pedagogia Bilíngue pelas universidades; O empoderamento das pessoas Surdas”, afirma.
Serviço:
Seminário Estadual Educação de Surdos, Memória e Reconhecimento de 19 Anos da Libras
Período: 27 e 28 de abril de 2021.
Inscrição em: https://www.even3.com.br/19anoslibras/
Programação:
27 de abril
Mediadora : Prof. Esp. Maria Joaquina da Silva (Uepa)
15h - Mesa De Abertura – Prof. José Ribamar Cordeiro Coelho, Presidente da Associaçao De Surdos De Belém (Asbel).
15h - Mesa Temática “ A Educaçao Bilíngue de Surdos e Língua de Sinais em Foco”.
15h15 às 15h35 - Palestra “Escola: Território das Diferenças”
Ministrante: Professora Drª. Liliane Ferrari Giordani (UFRGS).
15h 35 às 15h 55 – Palestra “Profissionais de Letras Libras”
Ministrante: Professor Esp. Kleber Carlack Martins Da Silva (Uepa)
15h55 às 16h20 - Palestra “Escola Bilíngue”
Ministrante: Professor Me. Silvio Santiago Vieira (Iepa).
18h20 às 16h35 - Perguntas e Respostas.
28 de abril
Mediador: Professor Me. Ozivan Perdigão Santos (Uepa/Seduc)
15h - Mesa Temática: “Acessibilidade no Cenário da Pandemia”
15h às 15h20 - Palestra sobre a experiência na Escola Astério de Campos
Ministrante: Professor Me. Arlindo Gomes De Paula.
15h20 às 15h40 – Palestra sobre a experiência no Instituto Felipe Smaldone
Ministrante: Professora Esp. Fátima Rezende.
15h40 às 17h - Palestra Luva Transceptora
Professora Drª . Waléria Batista Da Silva Vaz Mendes (IFG).
17h - Intérprete de Libras no Cenário da Pandemia - Professora Esp. Ohana Daniel Matias Da Silva (Uepa).
Texto: Wesley Lima (Ascom Uepa).
Foto: Marcello Sarmento (Acervo Ascom Uepa).