Atividades incentivam ensino e pesquisa em Engenharia Florestal

Enviado por Dayane Baía em Ter, 19/06/2018 - 16:15

Ao ingressar na graduação, estudantes podem imaginar que a rotina do Ensino Médio se mantém nas tradicionais aulas, ministradas pelos professores em sala. Entretanto, para aperfeiçoar o conhecimento dos futuros profissionais, algumas atividades ocorrem no ambiente da carreira pretendida, ligando a teoria aprendida com a aplicabilidade prática. Ações para além do ensino, que integram a pesquisa e a extensão, são o tripé da Universidade do Estado do Pará (Uepa).

Ensino - No Campus VI – Paragominas, por exemplo, os discentes do curso de Engenharia Florestal vivenciam essa experiência. Para o docente do curso, Moacir Ferreira Ribeiro, o trabalho prático com a participação dos alunos é fundamental no aprimoramento contínuo e enriquecimento do conhecimento. “Entretanto, este deve ser um ato processual em que o professor ajuda o aluno a aprender, reorientando-o a superar suas dificuldades e deficiências”, ponderou.

Ele exemplifica que, dentro do conteúdo da disciplina Patologia Florestal, os alunos do 3º ano fizeram visita recente ao campus experimental “Manoel Nahôr de Lima”, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). O objetivo foi indicar alguns sintomas, sinais, desenvolvimento e medida de controle de doenças em plantas, debilitando-as. “Os alunos puderam experienciar que pesquisas e uso da tecnologia aliado à fitopatologia, para aprimorar os sistemas agrícolas e florestais, são extremamente importantes na identificação do agente danoso para que o mesmo deva ser estudado e pesquisado para que ocorra a minimização de problemas ocorrentes”, explicou.

Pesquisa - O professor conta que além do ensino, a pesquisa e a extensão são incluídos na metodologia aplicada na função de professor-educador. Como resultado, Moacir, que também é entomólogo, registrou um inseto raro nas águas do Parque Estadual Serra dos Martírios-Andorinhas (Pesam), localizado no sudeste paraense. O animal é uma espécie de Plecoptera, uma ordem de insetos aquáticos, que, até então, só tinha registros na região central e sudeste do Brasil.

Segundo o pesquisador, a fase adulta dessa espécie já havia sido descrita por pesquisadores da Universidade de São Paulo. Uma novidade é o registro de fases inicias do inseto nas águas do Parque. “O imaturo ou ninfa, que é um primeiro estágio de desenvolvimento do inseto, ainda era desconhecido. Em uma de minhas viagens à Serra das Andorinhas, coletei um imaturo diferente de outros já identificados na área e fiz um processo de criação da ninfa até a fase adulta. Quando identifiquei o adulto, para a minha surpresa era justamente a espécie Anacroneuria singularis”, conta o pesquisador

Ainda segundo o entomólogo, esses insetos aquáticos são pouco conhecidos da sociedade e possuem duas fases de desenvolvimento, a ninfa e a fase adulta. A presença da espécie registrada é um indicador ambiental da qualidade da água, por conta da sua sensibilidade às perturbações externas, principalmente a ação dos seres humanos no habitat do inseto.

Além da novidade no registro da espécie no Pará, Moacir Ribeiro destaca, também, a importância da produção de pesquisas e dados sobre esses insetos aquáticos no sul e sudeste paraense, dada a ausência de bases de identificação da espécie, principalmente em sua fase inicial. “É necessário realizar ainda muitos estudos sobra o grupo Plecoptera na região Norte do país. A proposta é continuar desenvolvendo pesquisas em parceria com o Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-bio), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), e Uepa no Pesam, direcionadas à coleta e identificação dos plecópteros, o que será de extrema importância para o plano de manejo e ações políticas relativas à conservação da UC”, afirmou.

Extensão – A Semana do Meio Ambiente do Campus VIII – Marabá da Uepa foi mais uma oportunidade de troca de conhecimentos com os alunos. O docente realizou, juntamente com a professora Milena Pupo Raimam, que também é bióloga e microbiologista, um minicurso voltado a diagnose de doença em plantas, intitulado: “Fitopatologia: aspectos práticos: do patógeno a doença (com aulas teóricas e práticas).

Durante o evento foram apresentados os aspectos técnicos na sintomatologia de doenças em plantas. “Esperamos como resultado a boa participação dos alunos nas aulas teóricas e práticas e que eles possam assimilar este conhecimento em suas vidas profissionais dentro de cada curso”, finalizou Moacir Ribeiro.

 

Texto: Dayane Baía com informações do Ideflor-Bio

Fotos: Divulgação