O Ano Novo Chinês, comemorado de acordo com o calendário lunar, é uma das festividades mais importantes para os chineses. A comemoração é uma data móvel e ocorre entre os meses de janeiro e fevereiro. Este ano ocorreu no dia 16 de fevereiro, juntamente com dois festivais que iniciam e encerram o ciclo, respectivamente: o Festival da Primavera e o Festival das Lanternas. Na manhã desta sexta-feira, 2, o Instituto Confúcio, da Universidade do Estado do Pará (Uepa), realizou atividades para celebrar a data mais festejada pela cultura.
Oficinas de caligrafia, competição de escrita de caracteres, oficina de nós chineses e o famoso bolinho de massa jiaozi, uma comida tradicional de ano novo, foram atividades do evento, com participação massiva dos alunos que aproveitaram cada oportunidade de explorar a cultura sempre sob supervisão dos professores chineses. Além disso, alunos do Instituto que participaram do Winter Camp ou acampamento de inverno, nomeado assim pelos participantes devido ao período frio que passaram, em novembro de 2017, contaram a experiência que viveram para todos os presentes. Os estudantes viajaram para a China a passeio, para conhecer mais da cultura e a estrutura da Universidade Normal de Shandong, que é o pólo central dos Institutos Confúcio pelo mundo. Eles apresentaram fotos e puderam contar um pouco sobre a sensação que viveram. “Visitamos vários locais, experimentamos coisas novas. Na visita à Cidade Proibida, um dos pontos turísticos de lá, vimos o quanto as pessoas se interessam pela cultura. Cerca de 25 mil pessoas visitam o lugar por dia. Eu digo a vocês para nunca desistir do que vocês querem, ter persistência, essa viagem me mostrou isso”, contou Davi Almeida, estudante presente na viagem.
Este ano, um momento especial do evento foi a entrega dos certificados HSK (Prova de Proficiência em Chinês) aos estudantes do Instituto. Foi a primeira vez que alunos da região norte do Brasil receberam o documento. Vinte e sete no total puderam ter em mãos o certificado. O reitor da Uepa, Rubens Cardoso fez a entrega e parabenizou os ganhadores. “Vimos aqui que nada acontece na nossa vida sem a participação da gente, nossa primeira lição é essa. O compromisso da Universidade é justamente propiciar a comunidade essa possibilidade de aprender uma nova língua, mas também aprender uma nova cultura e poder interagir com ela. Todas essas possibilidades estando ao lado de professores capacitados que têm o desprendimento de vir até a Amazônia para interagir com todos vocês. A Universidade por ser pública, estadual e de todo mundo, tem esse papel importante de devolver a sociedade essas possibilidades além da formação” reconheceu o reitor.
Funcionando há um ano e meio, este é o segundo ano que o Instituto comemora a data. “Fico muito feliz pela participação e empenho dos alunos em participar, eles trazem amigos e interagem. É interessante essa curiosidade que as pessoas têm sobre a cultura, sobre a China, e cada ano vamos incluindo novas atividades, novos festivais para ampliar o conhecimento”, disse Antônio Silva, diretor brasileiro do Confúcio no Pará.
A estudante Paloma Carvalho, aluna do Instituto desde 2016 e do último ano do curso de Design da Uepa, conta como surgiu o interesse pelas aulas. “Eu gosto do muito da cultura asiática em geral. A China é um país lindo e que tem uma cultura rica, aprender mais sobre eles e, principalmente, ter a oportunidade de falar o idioma é maravilhoso” contou.
O Festival da Primavera, o mais tradicional e importante, marca o início do ano novo e ocorre no primeiro dia do calendário lunar, frequentemente um mês depois do calendário gregoriano. “A celebração dura 15 dias. Durante esse tempo são seguidos inúmeros rituais que são tradições dos chineses, por exemplo, a limpeza geral de casa; compra de comidas e objetos decorativos, principalmente da cor vermelha, que significa fogo e sucesso; colocar recortes de papel nas janelas; pendurar gravuras dos santos de portas para espantar maus espíritos e muito mais”, contou Cristina Xu Mengze, professora do Instituto.
O Festival das Lanternas é o evento que encerra as comemorações de ano novo. Os chineses acendem as lanternas, e nelas colocam os desejos e pedidos que almejam para o futuro. Este ano, será o ano do cachorro para os habitantes. Iniciou no dia 16 de fevereiro de 2018 e acabará em 5 de fevereiro de 2019, tendo uma influência direta do elemento Terra. O significado é que as pessoas serão mais tolerantes e terão mais empatia, tornando o ano de 2018 repleto de equilíbrio. Em alta também estará a lealdade, honestidade e fidelidade.
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Texto : Rachel Oliveira
Foto: Nailana Thiely