Uepa e Prefeitura de Jacareacanga assinam Termo por formação indígena

Enviado por Fernanda Martins em Seg, 26/02/2018 - 16:14

Uma comitiva da etnia Munduruku visitou na manhã de hoje o Núcleo de Formação Indígena (NFI) da Universidade do Estado do Pará (Uepa) para formalizar um Termo de Cooperação entre a Instituição e a Prefeitura de Jacareacanga, que assegura o prosseguimento do curso de Licenciatura Intercultural Indígena. Além disso, os representantes pediram a implantação de pós-graduação para a região. A primeira turma munduruku do curso ingressou na formação em 2017.

O vice-prefeito de Jacareacanga, Hans Kaba, fez questão de tornar oficial a cooperação entre Uepa e os munduruku. “A Universidade já vem fazendo a sua parte, por isso, a Prefeitura não poderia deixar de fazer sua contrapartida e firmar a cooperação formalmente”, resumiu. O povo mundurucu se divide em mais de 130 aldeais, todas na região oeste do Pará.

O reitor da uepa, Rubens Cardoso, participou do encontro e prometeu interceder pelos indígenas em outras demandas, como por exemplo a implantação da internet para as aldeias que possuem escola. “A Uepa se mostrou e se mostra muito sensível às causas dos povos indígenas. Embora outras instituições estejam presentes na região, nenhuma oferece o que oferecemos”, avaliou.

Apesar de a primeira turma mundurucu ter ingressado na Uepa em 2017 – com formatura prevista para 2021 -, os indígenas já demonstram interesse em ir além. “Queremos levar a especialização e o mestrado para os nossos professores. Muitos estão em formação, mas temos outros já formados, buscando ampliar seus conhecimentos”, disse o vereador de Jacareacanga e professor, Elinaldo Crixi Munduruku. O pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, Renato Teixeira, ouviu as solicitações e prometeu iniciar os procedimentos para levar a especialização em Docência em Educação Escolar Indígena, já ofertada pela Uepa.

A coordenadora do NFI, Joelma Alencar, acredita que o interesse em pós-graduação é natural e esperado. “Estamos buscando criar cursos de pós-graduação para os alunos indígenas e é importante que eles estejam à frente destas demandas”, observou.

Texto: Fernanda Martins

Fotos: Nailana Thiely